Valmir Vilmar de Sousa - vevesousa1958@gmail.com
23 DE MARÇO
Este é um dia especial, pois numa terça-feira de 23 de março de 1920, nascia um ser muito especial que me daria a oportunidade de renascer nesta cidade que também aniversaria com seus 344 anos de idade que por um simples decreto envelheceu 53 anos, já viram isto? Alguém envelhecer 53 anos num passe de mágica? Pois é, nossa Florianópolis de cantos e encantos onde tudo é possível aqui acontecer. Ilha da moça faceira da velha rendeira como bem poetizou o mestre Zininho acerca desta cidade.
Este ser chamada Domingas me carregou durante nove meses em seu ventre com muito esmero, amor e orgulho, orgulho de ter parido mais um, afinal oito me antecederam, sendo que alguns ficaram no caminho, cumpriram um breve pit-stop neste planeta, outros continuaram sua caminhada estando entre nós mais quatro, pois a vida é feita de idas e vindas, como um trem que vai parando em cada estação para que alguns passageiros desçam outros subam em seus vagões para continuarem seu percurso. E nesta viagem se observa paisagens das mais variadas tonalidades, formas e tamanhos. Alguns conseguem ver mais além algo que o outro não observou, outros conseguem ouvir um cantar dos pássaros, outros o som da cachoeira, outros o bailar das águas do rio e do mar. Alguns observam as cores do arco-íris, outros uma rosa no jardim e assim vamos vivenciando nossa experiência, nossas expectativas. Eu tenho muito a agradecer a este ser que me pariu. Seu exemplo de honestidade, seriedade, moral e muito amor dentro de sua capacidade de entendimento. Paulo nos diz em um de seus escritos: quando eu era criança pensava como criança, agora sou adulto penso como adulto. Quando criança pensava como tal, questionava, me aborrecia, me revoltava, hoje na maturidade vejo o quanto fui injusto em me atrever a questioná-la. Aprendemos com a vida, as experiências nos levam a mudar conceitos e banir preconceitos e hoje aqui estou fazendo uma humilde homenagem e revendo lembranças de um tempo que não volta mais, no entanto está gravado em nossa memória para não serem esquecidas.
Não devemos esquecer nossas origens açorianas de uma cidade que transformou-se numa pequena metrópole comparando com a velha Desterro de tempos idos. De uma Desterro desterrada por Floriano Peixoto que neste solo dizimou vidas numa Anhatomirim dominada pelo ódio do opressor. Pequena ilha do diabo, seu significado em língua Tupi, justificam as crueldades cometidas pelos algozes da época? Nossa Desterro não merecia isto, e por ironia do destino seu nome é trocado para reverenciar o opressor. Esta ilha durante o dia se ilumina pelo astro rei sol, porém a noite ela fica mais linda quando a lua se faz presente acompanhada de suas bruxas e boitatás com a regência do velho bruxo Franklin Cascaes.
Quando criança minha mãe falava em bruxas eu me arrepiava de medo sem ter noção do que significava toda esta estória de bruxa e lobisomem. Era conversa de gente velha para meter medo nas crianças. Com o tempo fui entendendo o que representava esta conversa no meu tempo de criança. Hoje guardo recordações do boi de mamão do Abraão, das cantigas de terno de reis, da visita da pomba do espírito santo na minha casa onde minha mãe beijava a pomba e as fitas forçando nós a repetirem o gesto.
Isto é Florianópolis, esta é minha mãe, aniversariantes deste dia 23 de março.
Obrigado minha eterna mãe pela oportunidade de me receber de braços abertos com muito amor e carinho, obrigado Florianópolis por me acolher em teu solo fazendo de mim um manezinho orgulhoso de sua cidade, de sua cultura muito rica.
Parabéns a todos nós que nascemos neste pedaço de chão.
Coluna escrita as Sextas-feiras.
Rosiane Favero - rosifavero@live.com
E o outono chegou...inspire-se!
A estação de clima ameno, com dias mais curtos e noites mais longas! Embora as quatro estações do ano sejam belas, o outono tem seu charme.
Para elucidar melhor, na época dos romanos o ano era dividido em apenas duas estações. O ver ou veris, com origem no termos em latim vernum, que significa “tempo primaveril”, era o período mais longo, que atualmente engloba nossa primavera, nosso verão e outono. Depois dele, existia um período mais curto e de clima ruim, o hiems ou hibernus tempus, ou seja, o nosso inverno. Interessante, não é?!
E o outono trouxe novas propostas para o nosso guarda-roupa. O alegre verão dá espaço para o doce outono, quando as temperaturas começam a baixar e a paisagem muda realmente...as folhas ficam amareladas e caem naturalmente.
Além disso, a umidade do ar costuma cair também, e as noites começam a ficar mais longas que os dias. É uma época boa também para a colheita, porque os cultivos costumam estar desenvolvidos e adequados para o consumo.
Mas então, você poderia me perguntar...mas, e as tendências de moda? Bem, o veludo coutelé e molhado, Tweed, preto e
dourado que poderão ser usados durante o dia inclusive, o vestido logo, estampas, transparências, o verde esmeralda, listras, crochê, enfim; são algumas tendências que poderão auxiliar na escolha dos nossos looks. Porém, vamos lembrar que devemos associar tudo isso ao nosso próprio estilo de vida. Isso, é o mais importante e mais “chic.” Isso, é estar na moda.
E aquele chazinho gostoso, o aconchego, o sol a iluminar co um brilho diferente...vamos aproveitar e curtir esta estação tão gostosa, charmosa e encantadora. Vamos embarcar nessa?
Dias quentes, dias amenos, dias frios...vista-se de modo confortável, usando o bom-senso, valorizando o seu estilo próprio, preferências e....mantendo sempre a elegância. Essa, sempre!
“No mais, seja feliz, e curta o seu outono com tudo que tem direito!”
Coluna escrita as Segundas e Quartas.
Rosiane Favero - rosifavero@live.com
Nossas cidades
Ahh...nossas cidades! Onde nascemos ou simplesmente adotamos para viver e conviver. Amamos tanto que, as vezes não percebemos ou não queremos aceitar como são frágeis e precisam de melhorias. E das mais básicas! Aí então, quando verdadeiramente percebemos e constatamos, nos sentimos impotentes ao ver que nada acontece, nada muda, nada se acrescenta em nome das pessoas e da cidade que tanto amamos, no que tange a saúde, segurança pública, educação (que é o básico!). Não é assim? É claro, precisamos lembrar que nós enquanto cidadãos e munícipes temos a nossa parte nessa história. Do Estado o que é do Estado, da sociedade de modo geral, a outra parte. E assim, se constrói dias melhores para todos. É um pensamento simples, verdade; mas aí, está o ponto X da questão. Porque é de fato simples! O que está faltando é entendimento, reconhecimento, interesse, verdade, comprometimento e amor. E ouso dizer que, de ambas as partes.
Sejamos nós, um agente de transformação. Precisamos! Não só, como se discute muito, na área da Educação. Não! Em todas as áreas da sociedade. A meu ver é o conjunto, a obra inteira que nos garantirá dias e, uma vida mais próxima daquilo que se precisa para viver dignamente e conviver em paz. Não falo julgando; mas sim, apenas para que fiquemos atentos, e ainda, não sejamos iludidos pelas fáceis e superficiais ideias, pelos conceitos, informações e situações, que nos pegam de surpresa com aparência de algo bom e verdadeiro, mas que no final das contas, são a tradução da conveniência. Pense nisso.
“Estamos construindo verdadeiras
cidades não nos céus, mas sim, no abismo.”
Coluna escrita as Segundas e Quartas.
Valmir Vilmar de Sousa - vevesousa1958@gmail.com
VENTO SUL
Vento sul que bate
Sem nó, sem dó
Levanta poeira por onde passa
Traz um frio gelado
De carangar
Os desvalidos de cobertor
Os moradores de rua
A criança abandonada
Vento sul açoriano
Tal qual o minuano
Nos deixa assombrosos
Melancólicos
Enclausurados
Diante de uma chuva fina
Faz assobiar entre telhados
De zinco e cerâmica
Zunindo aos ouvidos
De quem caminha
Sobre as calçadas
Das ruas da minha cidade
As placas a balançar
As luminárias a se apagar
E o vento a levar
Velhas lembranças
Novas esperanças
De um novo porvir
Coluna escrita as Sextas-feiras.
Rosiane Favero - rosifavero@live.com
Roupas...uma experiência física ou simbólica?
Na coluna anterior, falamos sobre a elegância e tudo que ela pode representar. E vocês, meus leitores, ajudaram nessa tarefa. Me sinto satisfeita e feliz, por ter tido tantos feedbacks! Que maravilha! E o que me deixou muito feliz, foi ver que realmente as pessoas se importam com a elegância que vem de dentro para fora. Aquilo que carregamos, que nos faz ser diferentes e estar conectados com o mundo, cada um a sua maneira. Bravo!
E você sabia que, com base em pesquisas, verificou-se a influência que as roupas teriam no comportamento e processos psicológicos das pessoas? Sim! De acordo com essa pesquisa, a influência estaria relacionada a fatores independentes. Como o significado simbólico das roupas e a experiência física de vesti-las. Já pensou nisso? No mínimo interessante, não é?! Para comprovar esta tese, realizaram uma espécie de testes para explorar os efeitos que um jaleco de laboratório, que está associado à afetividade e cuidado, poderia provocar. Concluíram que o uso do jaleco, aumentaria o desempenho em tarefas que precisam de concentração. Comum aos médicos, por exemplo. Isto dito, podemos dizer que, quando vestimos roupas associadas a algumas qualidades, tendo algum significado, poderemos de certa forma ser influenciados; porque estaremos inclinados a incorporar as características relacionadas as roupas.
É muito interessante pensar sob essa perspectiva. Imagine você, ter como experiência, vestir um avental de chefe de cozinha, um macacão de bombeiro, ou ainda, um jaleco de professor? A responsabilidade atribuída a essas profissões, poderia se manifestar. Olha aí, uma ideia para os testes vocacionais. Ou seja, o nosso comportamento e preferências, estão diretamente ligados, e são influenciados pelo meio em que vivemos, nossas companhias, crenças, roupas que vestimos, enfim; o que usamos para cobrir o nosso corpo, talvez diga mesmo, a que viemos e o que pretendemos neste mundo.
“A roupa comunica”
(Rosiane Favero)
Coluna escrita as Segundas e Quartas.
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